
Eu, que gosto bastante do filme, fiquei com o pé bem atrás quando assisti as chamadas para este novo seriado. Afinal de contas mexer numa obra consagrada como Psicose é algo complicado. Ainda mais quando percebi que, a despeito do filme se passar na década de 1960 a série se daria nos dias atuais. Como fazer um prólogo que se passa cronologicamente depois? Achei que não tinha muito jeito de dar certo e deixei para lá.
Mas aí veio um domingo sem nada para fazer e a Universal estava reprisando os primeiros episódios da temporada em uma maratona e eu resolvi dar uma chance...E GAMEI. Assisti os seis primeiros episódios em sequência e saí fazendo propaganda para todo mundo! Porque a série é muito boa. Eu não sei como eles fizeram isso, mas a gente até consegue ter empatia por Norman e sua mãe, veja só! E se pega torcendo para que ele não vire o que a gente sabe que ele irá se tornar...
A ambientação da série está ótima. Eles conseguiram recriar o ambiente de Psicose muito bem. O hotel está lá, a casa também. Tudo com aquele ar decadente, mas ainda assim conectado com o mundo atual. Os personagens principais vivem nesta propriedade que parece presa a algum lugar do passado, mas lá estão presentes também o celular, o notebook...nos lembrando que é o tempo atual. E eu acho que este é um grande acerto. Não tentaram modernizar os cenários clássicos para que seja fácil a identificação do público, mas deram uma explicação plausível para isso.

As atuações são o elemento principal para eu ter gostado da série. Vera Farmiga está simplesmente perfeita na pele de Norma Bates. Ela é completamente instável emocionalmente e manipuladora, mas também uma vítima dos acontecimentos. E, sem dúvidas, uma mãe que se preocupa com seu filho. Freddie Highmore parece ter sido feito para o papel de Norman Bates, de tão à vontade que está na atuação deste adolescente prestes a sucumbir ao descontrole emocional. Não vou ficar descrevendo todos os atores, mas a maioria é bem boa. E impossível não torcer pela Emma, de Olivia Cooke. Eu sei que ela NÃO pode ficar com o Norman (maior furada, né?), mas dá peninha ver ela sofrendo por conta dele.

Recomendo a série e também o filme, que foi dirigido pelo incrível Alfred Hitchcock e que mesmo sendo uma produção em preto e branco da década de 1960 dá MUITO medo. Para quem não curte muito esse tipo de filme, eu recomendo mesmo assim que dê uma chance com boa vontade porque vale a pena. Quanto ao livro homônimo, que deu origem ao filme e foi escrito por Roberto Bloch, eu ainda não li, então não sei dizer se é bom, mas acho que vale a pena experimentar afinal se um filme e uma série tão bons foram feitos a partir desta história é porque o livro não deve ser ruim.