Assisti totalmente por acaso à estreia de The Normal Heart ontem e fiquei encantada com esta produção da HBO, que trata do início da epidemia de AIDS. Ambientado no começo da década de 1980, o telefilme é uma produção com ares de cinema e elenco que vai de Mark Ruffalo a Julia Roberts, passando por Jim Parsons.
Adaptado de uma peça teatral homônima, o filme conta a história de Ned Weeks, interpetrado por Mark Ruffalo e alter ego do autor, que se junta à doutora Emma, uma Julia Roberts em papel bem diferente do que está acostumada a encarar, e alguns outros amigos e conhecidos para tentar conscientizar o governo da necessidade de se investir em pesquisas para buscar tratamentos para o vírus recém descoberto. Eles criam uma Ong, mas o temperamento explosivo de Weeks traz muitos conflitos e problemas.
Acho que o que mais me impressionou no filme foi ver como o fato de ser uma doença de "gays", uma vez que começou a aparecer nos círculos homossexuais masculinos, fez com que o governo desse pouca importância ao problema, varrendo a epidemia para debaixo do tapete e condenando uma geração inteira por puro preconceito. Somente ao perceber que a doença não escolhia gênero ou orientação sexual é que se passou a dar atenção a questão.
Também fiquei chocada em ver como a doença era devastadora antes do desenvolvimento dos coquetéis de remédios que permitem aos atuais portadores de HIV ter uma vida praticamente normal. Com magreza excessiva e manchas pelo corpo, os infectados eram facilmente identificados nas ruas e sofriam com o preconceito causado pela desinformação sobre a doença (não se sabia direito as formas de contágio, por exemplo).
As imagens da evolução da aids em alguns personagens são impactantes, mas o que mais me chocou no filme foi a inércia das autoridades diante de um problema tão sério e a dor sentida pelos amigos, familiares e companheiros dos doentes, que eram obrigados a assistir seus entes queridos morrerem sem poder fazer nada e mesmo sem saber se seriam as próximas vítimas. O que ficou do filme para mim, no entanto, foi uma mensagem de amor. De como este sentimento é mais forte que os preconceitos e as dificuldades. E também a sensação que o preconceito pode destruir muitas vidas sem pegar em uma única arma, afinal a omissão também produz efeitos devastadores.
*The Normal Heart está sendo exibido pela HBO, mas também é possível achar na internet.
Não consegui assistir ao filme, mas fiquei muito curioso. Deve ser bem tocante mesmo toda essa situação. O post ficou ótimo!
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