sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Cinema na Praia (de Copacabana)!

O Festival do Rio deste ano traz um projeto muito legal que é passar filmes num telão armado no Posto 03 da praia de Copacabana (entre as ruas Hilário de Gouveia e Siqueira Campos). As apresentações têm entrada franca, então é só chegar, esticar sua canga na areia e curtir. A estreia do “Cinema na Praia” ocorreu ontem e eu fui conferir!

Preciso dizer que ter tido a oportunidade de assistir ao primeiro filme dirigido por Alfred Hitchcock tendo como “sala de projeção” a praia de Copacabana foi uma experiência incrível. A trilha sonora foi tocada ao vivo pela Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem, uma vez que The Pleasure Garden, de 1926, é um filme mudo.

*Aqui começam os Spoilers*
A trama gira em torno de Jill Cheyne e Patsy Brand  que são amigas e dançarinas em um teatro chamado The Pleasure Garden. Tudo vai bem até que Jill começa a se destacar como artista e acaba abandonando o noivo, a amiga e passa a viver às custas de um rico príncipe. Enquanto isso Patsy acaba se casando e durante uma viagem ao oriente para cuidar do marido que está supostamente doente descobre que na verdade ele tem outra companheira. Patsy acaba sendo atacada pelo marido (que perseguido pelo fantasma da amante que assassinou passa a acreditar que só estará livre quando der fim à vida da esposa), mas é salva e com o marido morto acaba se casando mais tarde com o ex noivo de Jill.
*Aqui terminam os spoilers*

Naturalmente assistir a um filme mudo é uma experiência diferente de assistir a um filme falado. As interpretações são mais exageradas do que estamos acostumados a ver no cinema atual, afinal sem palavras era preciso focar nos gestos e expressões faciais para passar a mensagem. A música de fundo também tem um papel importantíssimo neste tipo de produção, uma vez que dá ritmo a narrativa do filme e não o deixa se tornar monótono. Interessante também é notar o poder de síntese das legendas. O filme possui poucas cartelas, que aparecem apenas em momentos chave para que o espectador se oriente na narrativa. 

Para quem acha que não havia efeitos especiais na época chamo a atenção para o fato de aparecer um fantasma (!) no filme e também para algumas sequências “coloridas”, conseguidas através do mergulho de trechos do filme em corantes. A cena inteira acaba ficando com a mesma cor (azul, por exemplo), o que fica visualmente estranho para hoje em dia, mas mostra criatividade e domínio das técnicas disponíveis no momento. Esses “banhos de cor” eram usados em cenas em que se considerava importante fazer um destaque em relação ao resto.

Minha impressão sobre The Pleasure Garden foi muito boa. A história é simples, mas prende a atenção do público que fica torcendo pela felicidade da doce e cativante Patsy. O casal proprietário da casa onde ela mora são personagens muito divertidos e que possuem um cachorro que rouba a cena.  Não é um filme que tenha a cara das produções mais famosas de Hitchcook, mas é sem dúvida uma produção bem feita e que vale a pena ser conferida.

The Pleasure Garden
teve apresentação única no Festival do Rio, mas é possível baixá-lo na internet (o filme já está em domínio público) ou assistir pelo Youtube. As próximas exibições na praia serão:

05/10 – 20h00 –  007 contra o Satânico Dr. No
06/10 – 19h00 – 31 Minutos
06/10 – 21h00 – O Palhaço
07/10 – 20h00 - Rio

Vale a pena conferir!

Página Relacionada:

http://2012.festivaldorio.com.br/